Atmosfera de Plutão surpreende cientistas: nova descoberta do Telescópio James Webb revela fenômeno único no Sistema Solar
Observações recentes feitas pelo Telescópio Espacial James Webb (JWST) revelaram algo surpreendente: a atmosfera de Plutão funciona de forma completamente diferente da de qualquer outro planeta ou lua do Sistema Solar.
Uma atmosfera dominada por névoa
Enquanto a maioria dos planetas utiliza gases atmosféricos para transportar e distribuir calor, em Plutão quem controla o clima são as partículas de névoa. Esses aerossóis suspensos absorvem diretamente a luz solar, aquecem, e depois liberam essa energia na forma de radiação — regulando a temperatura da atmosfera.
Esse comportamento foi considerado inusitado até mesmo pela comunidade científica. O modelo foi inicialmente proposto por Xi Zhang, que admitiu que sua ideia parecia "louca" à primeira vista. No entanto, os dados recentes do instrumento MIRI do JWST, obtidos em 2022 e 2023, confirmaram o modelo com alta precisão.
Atividade sazonal extrema em Plutão
Além da atmosfera única, Plutão também apresenta uma dinâmica sazonal radical. Seus gelos de metano e nitrogênio se movem pela superfície conforme as estações mudam — e chegam até a transferir material para sua maior lua, Caronte. Esse tipo de interação entre corpo celeste e satélite natural nunca foi registrado em nenhum outro lugar do Sistema Solar.
Implicações para a ciência planetária
Essas descobertas não apenas reforçam a singularidade de Plutão, como também podem oferecer pistas valiosas sobre a atmosfera primitiva da Terra. Além disso, ajudam a compreender melhor outros mundos cobertos por névoas espessas, como Titã (lua de Saturno) e Tritão (lua de Netuno).
O estudo marca um avanço significativo na ciência planetária e reforça o papel revolucionário do James Webb na exploração do nosso sistema solar.
Referência científica: Tanguy Bertrand et al., “Evidence of haze control of Pluto’s atmospheric heat balance from JWST/MIRI thermal light curves”, Nature Astronomy (2025).